Diário de bordo, data estrelar 2 do 9 do 8 do 2 mil do 10. Depois de muito tempo, acho que é hora de voltar a escrever. Pensava muito em voltar a escrever, mas tava faltando idéia. Como pra mim hoje é uma data simbólica, eu disse: "hoje vai", até porque esse blog não pode ficar às moscas, enquanto muitas coisas acontecem por aí. Hoje faz exatos 30 dias de minha estadia no Rio, durante minhas (micro) férias. Então aqui se torna uma espécie de diário de bordo, com pequeno atraso de um mês. Pois bem. Foram poucos dias, pouco tempo. Mas foi o máximo. É a cidade mais incrível que conheço. Um ambiente sensacional, apesar dos contrastes que ainda decretam um clima de medo às vezes.
A vida é boa mas só vive quem não tem medo. Não estamos em Bagdá, apesar de a poucos dias, em São Conrado - onde eu estive, acreditem, voando! - mais um conflito da guerra civil carioca ter acontecido. Agradeço aos que ficaram preocupados com minha segurança. Mas, vejam só, cá estou eu. E bem, obrigado. Bem até demais.
Uma viagem pelo Rio. Nesses quase quatro dias que lá estive, vivi fortes emoções. Puxa, um abraço do Cristo, o Redentor. Sindicato do Chopp. Orla de Ipanema. Posto 9. Arpoador. Copacabana:
Drummond estava lá, dessa vez com os óculos no lugar. A imponência do Palace. Difícil dizer quantas coisas eu vi, num dia em que o Rio não parecia o Rio: termômetros marcando 23º. Vento. Chuva. Os ingleses de blusa na praia (???). Não encontrei a Garota de Ipanema. Mas também, andando pela Farme de Amoedo, dificilmente encontraria, a menos que ela estivesse de mãos dadas, com outra garota (só a tempos depois, fiquei sabendo pela net, quem são os
frequentadores dessa rua). Estação Cardeal Arcoverde. Eu não nego minhas origens. O cara do interiorrrrr ficou perdido na metrópole. Errei umas ruas. Ainda bem que ninguém sabe disso (agora já era). Esse foi só o primeiro dia completo. Tinha mais. Muito mais.
Um abraço do Cristo.No outro dia: Pão de Açúcar. O bondinho dá medo na subida. Um lugar sensacional.
Aos cariocas de todo o mundo. Inclusive aos cariocas de coração. Maracanã. Um dos lugares que mais me emocionou. Os grandes momentos do futebol estão registrados lá. A descida do túnel que leva ao gramado, o mesmo usado pelos times, me fez lembrar os (velhos) tempos de boleiro.
Um por todos, todos por um! Foi de arrepiar. Deu vontade de ver uma partida, com casa cheia. Ficou para a próxima. Uruguaiana. Afinal, não podia voltar sem fazer compras né...
E o Cristo ressuscista por entre as nuvens. O último dia foi o mais louco. A idéia fixa de voar. Tem que ser hoje, eu dizia. O tempo ajudou.
Situações acontecem sobre um calor inominável. Foi o dia mais claro - e quente - de todos que eu estive por lá. A altura dá medo. Aliás, se você não gosta de altura, não vá ao Rio. Tudo por lá é alto, literalmente. Da rampa então, Jesus! A perna treme. No entanto, o voo é tranquilo. O vento é forte. A sensação de liberdade é incrível. O segredo é não olhar para baixo. Olhar para o horizonte. Para o infinito. Só depois do voo o Ricardinho da Rampa perguntou meu peso. Acho que ele fez bem. Agora sou Aluno Aspirante do Clube São Conrado de Voo Livre. Nunca vou passar dessa categoria, mas se puder voar novamente um dia, eu farei.
Aluno Aspirante do Clube São Conrado de Voo Livre. Depois de São Conrado, Barra. Barra Shopping. Praia da Barra. A volta pra Botafogo foi incrível: por toda a orla. Pra encerrar o dia, o ultimo da viagem, parada obrigatória no botequim do shopping, onde o chopp tava na base do
2 por 1, ai já viu né, ainda mais na companhia dos "caras do Amapá", fui embarcar de volta pra Minas
chapado.
No caso de despressurização da cabine, máscaras cairão... Bêbado é fogo. A volta pra casa foi boa, mas as vezes ainda dói lembrar do Rio. Saudades demais. Faltou um monte de lugares legais pra conhecer: a Lapa, a Lagoa. Um monte de gente legal pra conhecer. Saudades do pessoal do bem que eu cruzei por lá. Pessoas que em sua grande maioria, não verei nunca mais, mas que desejo tudo de bom para eles. Eles se tornaram companheiros nessa viagem, onde a maior tristeza foi a distancia dos amigos, da família.
Pão de Açúcar. Ou para nós mineiros, simplesmente Rosca. Agora é continuar como sempre foi, namorando o Rio pelo Google Earth. Pela internet. Planejar as próximas férias. Afinal, se o
Rio não é para principiantes, ele continua lindo!
P.S.: Dedicado a todos os meus Amigos. Fiquem sabendo que cada um de vocês, cada um com seu jeito, mesmo que as vezes eu não demonstre, vocês são especiais pra mim. Em especial a Rafaella, que me aguenta todos os dias na Faculdade.